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sábado, 16 de março de 2019

Paul Ricoeur e os fundamentos de uma filosofia da imaginação



Alguns estudiosos da obra de Paul Ricoeur têm defendido que há um problema filosófico subjacente a toda sua obra: a imaginação. Nesta comunicação, pretende-se indicar que Ricoeur percebia a imaginação como uma mediação entre a ética e a estética. A passagem de uma teoria da imaginação à uma teoria da ação ocorre graças à inscrição da imaginação no âmbito de uma antropologia prática voltada para as capacidades do indivíduo. Nessa perspectiva, propõe-se dois eixos de reflexão. No primeiro, a fim de problematizar a relação entre discurso e símbolo, parte-se de duas afirmações de Ricoeur: (i) de que o símbolo está no limite entre o bios e o logos; (ii) de que a produção humana de símbolos decorre de uma impulsão ontológica que não se dilui em uma estrutura de linguagem. No segundo eixo, no âmbito da relação entre pensamento e ação, propõe-se refletir sobre os seguintes temas: (i) a relação entre a phronesis e a imaginação; (ii) a aproximação entre o julgamento estético kantiano e a própria operação intelectual do phronimos.

Adna Candido de Paula é mestre e doutora em Teoria e História Literária, pela UNICAMP. Doutora em Ciência da Religião, na Área de Concentração "Filosofia da Religião", pela UFJF. Pesquisadora (doutorado-sanduíche) no "Fonds Ricoeur", de agosto de 2003 a setembro de 2004. Professora de Filosofia no curso Bacharelado em Ciências Humanas – Políticas Públicas, da UFVJM. Desenvolveu o projeto "Teoria Literária e Hermenêutica Ricoeuriana: um diálogo possível", na categoria de Pós-doutorado, na UNICAMP. Desenvolveu o projeto "Imaginação, Sensibilidade e Emoção na Dimensão da Sabedoria Prática", na categoria de Pós-doutorado, na UFRJ, com estágio de pesquisa no “Fonds Ricoeur”.